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Iluminação
Na época áurea da vida monástica, após a construção das obras do período de D. João III, no Convento de Cristo continuava a depender-se da luz solar para as actividades quotidianas da comunidade religiosa. Assim, compreende-se que o Scriptorium, local dedicado à leitura e à escrita, esteja virado a sul com grandes janelas que permitiam a iluminação necessária.
Também as celas dos frades dispunham de uma janela que permitia a leitura, chegando a luz, geralmente, sob o lado esquerdo, visto que aí dispunham de um banco em pedra e de um pequeno nicho que serviria de estante.
Na generalidade, todas as dependências conventuais estão bem servidas de iluminação natural, sendo evidente a existência de vãos de janela e de porta que se orientam obliquamente na procura da melhor captação da luz solar.
A fenestração é alta nos corredores e igreja, havendo lanternins de cúpula e de cruzeiro de abóbadas. Já nos aposentos domésticos, como se compreende, a fenestração é mediana.
A vida monástica, contudo, não cessava com a luz do sol. Por essa razão, no Convento de Cristo e à semelhança de outros espaços monásticos, os tocheiros, candelabros e demais equipamentos iluminantes, não faltavam. Os lampadários e candeias de azeite, ou de cera, eram usados na vida quotidiana e nos ofícios religiosos.
A circulação nocturna no Convento decorria com o apoio de candeias individuais que os frades e demais co-habitantes usavam. Na Portaria dos Filipes existe ainda o lugar das candeias que eram fornecidas aos forasteiros que entravam no Convento à noite.
Nos lugares onde a iluminação nocturna era permanente, a sua manutenção era garantida por um frade a quem especialmente era consignada esta tarefa.
À noite, também a contemplação das estrelas era uma actividade comum, razão pela qual ainda são visíveis vestígios de uma torre de relógio que terá servido igualmente de observatório.